No artigo “Gays também merecem a chance de se casarem”, para o “Columbus Dispatch”, Portman diz que chegou à seguinte conclusão: “Se duas pessoas estão preparadas para um comprometimento de amor e cuidado, durante os bons e maus momentos para a vida toda, o governo não deveria negar a elas a oportunidade de se casarem.”
A declaração do senador americano foi surpreendente porque o Partido Republicano é conhecido por ter posições principalmente conservadoras. Portman, quando ainda era deputado, em 1996, votou a favor da Lei de Defesa do Casamento (DOMA), que delimita a união entre um homem e uma mulher, e que exclui casais do mesmo sexo de benefícios disponíveis a heterossexuais.
O político afirma que ele e sua esposa começaram a formar uma opinião diferente sobre o assunto quando o filho Will, que estava no primeiro ano da Universidade de Yale, informou que era gay, dois anos atrás. Portman conversou com várias pessoas, com seu pastor e com o ex-vice-presidente Dick Cheney, cuja filha é lésbica. Agora, Portman decidiu declarar sua mudança de opinião.
“Saber que o meu filho é gay fez com que eu olhasse a questão sob uma nova perspectiva: a de um pai que deseja a felicidade dos seus três filhos, e que eles possam ter uma vida feliz e significativa com as pessoas que amam, dádiva que eu e Jane dividimos há 26 anos. Eu lutei para conciliar a minha fé cristã com o desejo de que Will pudesse ter as mesmas oportunidades de ser feliz que seus irmãos. Finalmente, percebi que a Bíblia passa uma mensagem de amor e compaixão, e acredito que todos somos filhos de Deus”, escreveu.
Sites conservadores receberam diversos comentários expressando apoio a Portman em relação à sua vida pessoal, mas declarando que sua experiência familiar não muda o princípio de que o casamento deve ser uma união entre um homem e uma mulher.
O governo americano submeteu à Suprema Corte um pedido de revogação da DOMA, alegando que a lei viola o direito de igualdade garantido pela Constituição, e o tribunal deve analisar o pedido do presidente Barack Obama entre os dias 26 e 27 de março. Portman agora será contrário ao trecho que proíbe o reconhecimento federal do casamento igualitário. Nove estados americanos apoiam o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas Ohio não é um deles. O senador disse não planejar assumir a liderança da causa, mas gostaria que os políticos de seu estado soubessem de sua posição.
Portman afirmou acreditar que LGBTs casados legalmente nos estados em que a prática é permitida deveriam ter também os benefícios federais que são garantidos aos heterossexuais - e não são devido a essa lei - como por exemplo a possibilidade de declarar imposto de renda conjuntamente. As leis de família são tradicionalmente uma responsabilidade do estado, e para o político, a definição federal de casamento não deveria passar por cima das leis de casamento estaduais.
Will, o filho do senador que gerou a mudança de opinião, declarou nesta sexta-feira em seu Twitter que hoje estava especialmente orgulhoso de seu pai.
Kayron Lobo
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